Conheça agora a história do Santa Cruz Futebol Clube

A história do Santa Cruz Futebol já faz parte do futebol brasileiro há mais de um século. O clube multidesportivo, sediado na cidade do Recife, é um dos times mais tradicionais e populares do futebol de Pernambuco e do Nordeste brasileiro. 

Dentre as suas principais conquistas, sua galeria de troféus conta com um Campeonato Brasileiro da Série C, uma Copa do Nordeste e um Torneio Hexagonal Norte-Nordeste. Olhando para os títulos estaduais, a galeria continua aumentando com 29 Campeonatos Pernambucanos, dentre eles três fazem parte do Supercampeonato Pernambucano.

As três conquistas tornam o Gigante do Arruda o único Tri-Supercampeão Pernambucano. Além disso, a história do Santa Cruz conta também com cinco conquistas da Copa Pernambuco.

O Santinha tem como cores oficiais o preto, o branco e o vermelho. Sua casa onde manda suas partidas é o estádio Arruda, um dos estádios mais tradicionais da região Nordeste do país.

O estádio já recebeu grandes clássicos do futebol nordestino, como os jogos disputados contra o Sport, chamado de Clássico das Multidões, e os jogos contra o Naútico, chamado de Clássico das Emoções. 

O Arruda costuma receber a grande massa tricolor para acompanhar os jogos do Santinha, e não é para menos, já que o clube possui a segunda maior torcida do estado de Pernambuco.

Sem mais delongas, conheça agora a história do Santa Cruz Futebol Clube, um dos mais conhecidos times do estado de Pernambuco. 

O nascimento do Tricolor das Repúblicas

O Santinha foi criado por um grupo de onze meninos do Recife, o nome “Santa Cruz” surgiu como opção por conta do pátio da Igreja de Santa Cruz, local em que os garotos, que tinham entre 14 a 16 anos, costumavam jogar futebol. Na época não existiam campos acessíveis, já que o esporte ainda era considerado de elite. 

Os jovens garotos se reuniram na Rua da Mangueira n°2, distrito da Boa Vista, por volta das 19 horas. A reunião definiu a primeira diretoria da história do Santa Cruz, José Luiz Vieira foi nomeado o presidente do Santinha, acompanhado de Quintino Miranda Paes Barreto como Vice, Luiz Gonzaga Barbalho como primeiro secretário e Orlando Elias dos Santos como diretor de esportes. 

Ainda nesta reunião, ficou definido o nome do novo clube como Santa Cruz Foot-Ball Club. O grupo decidiu adotar as branco e preto para representar seu escudo e uniformes. Foi somente no ano de 1915 que a cor vermelha se juntou às outras duas, tornando assim o Gigante do Arruda um time tricolor. 

O Santa Cruz sempre foi um clube que teve empatia popular das pessoas da região e sempre esteve ligado com a juventude, classes sociais e raças,afinal, o clube foi formado por onze adolescentes distintos que jogavam bola em uma praça. 

Segundo historiadores, as cores do Santinha refletem essa visão popular. O preto tem ligação com a raça negra, o branco com a raça caucasiana e o vermelho aos povos indígenas. 

O primeiro jogo da história do Santa Cruz 

O primeiro adversário da história do Santa Cruz foi o Rio Negro, que na época era um dos times mais experientes da região. O jogo aconteceu na campina do Derby, atraindo o público para assistir aquele que seria acompanhar a estreia do “time dos meninos”. 

As expectativas eram de domínio completo do Rio Negro contra um adversário que nunca sequer pisou em um gramado, mas a realidade foi bem diferente do esperado. O time dos jovens garotos não estranhou o gramado e impôs uma severa goleada pelo placar de 7 a 0. 

O Rio Negro, indignado com a situação, pediu por revanche, dessa vez com o jogo ocorrendo em seu campo. Além disso, o clube impôs mais uma condição: o centroavante Sílvio Machado não poderia disputar a partida, já que o jogador havia marcado cinco dos sete gols feitos pelo Santinha. 

O Tricolor Pernambucano aceitou o desafio com as condições e escalou Carlindo para substituir o seu centroavante titular. No fim da segunda partida, mais um vexame para o Rio Negro, dessa vez pelo placar de 9 a 0 para o Santa Cruz. O centroavante Carlindo anotou seis dos nove tentos da equipe. 

A popularização do Santinha

A história do Santa Cruz não esconde que o clube foi fundado por representantes da classe média, entretanto, o time sempre foi muito querido e inclusivo, aceitando jogadores de diversas classes e raças.

O primeiro jogador negro da história do Santa Cruz foi Teófilo Batista de Carvalho, mais conhecido como Lacraia. Este foi mais um passo para a popularização do clube, já que a época apresentava o futebol como um esporte elitizado e pouco inclusivo.

Durante os primeiros anos, os únicos que praticavam o esporte eram os rapazes da elite brasileira ou por funcionários das infinitas companhias inglesas que atuavam na cidade de Recife. 

Em pouco tempo, os entusiastas de futebol foram tomando conhecimento dos grandes feitos do Santa Cruz. Logo a história do Santa Cruz era o assunto mais comentado da cidade, até mesmo que o pai da aviação, Santos Dumont.

No dia 30 de janeiro de 1919, Dumont caminhava na capital pernambucana. O comum seria que sua presença fosse o assunto mais comentado da cidade, entretanto, o que todos falavam era da vitória do Santa Cruz diante do Botafogo, pelo placar de 3 a 2. 

Rapidamente o Santinha se tornou um dos clubes mais populares do estado de Pernambuco, com a conquista do primeiro título, com a construção do Arruda e com grandes nomes surgindo no clube, a história do Santa Cruz foi se espalhando até que todos os Brasil soubessem quem é o time dos garotos.