Ex-presidente do Internacional é condenado a 10 anos de prisão

Na última segunda-feira, a 2ª Vara Estadual de Processo e Julgamento dos Crimes de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro, em Porto Alegre, condenou o ex-presidente do Inter, Vitorio Piffero, e o ex-vice de Finanças, Pedro Affatato. A condenação está ligada a um esquema de desvio de recursos no clube durante a gestão de 2015-2016.

Vitorio Piffero foi condenado a um total de 10 anos e seis meses de prisão em regime fechado com pagamento adicional de multa, pelos crimes de estelionato e organização criminosa. Por sua vez, Pedro Affatato recebeu uma pena de 19 anos e oito meses de prisão em regime fechado, com multa adicional pelos crimes de estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Ambos os indivíduos podem recorrer das decisões em liberdade.

Outras pessoas envolvidas

Além de Piffero e Affatato, outras três pessoas foram condenadas na mesma sentença. Entre elas, um engenheiro do Inter durante o período de gestão, um contador e um empresário no setor da construção civil. Estima-se que o esquema tenha desviado mais de 13 milhões de reais dos finanças do clube.

Os advogados de defesa dos envolvidos informaram que só vão se manifestar após terem acesso à sentença completa. Os processos ainda seguem em outras áreas do clube e devem ser julgados pela Justiça gaúcha.

Entenda o caso

As investigações sobre várias irregularidades no Inter começaram em 2017, após a queda do clube para a Série B. O Conselho Fiscal do clube emitiu um parecer recomendando a reprovação das contas da gestão Piffero. Posteriormente, um relatório detectou uma “inconsistência” de 9 milhões de reais em contratos não realizados com cinco empresas de construção civil.

A crise financeira culminou em uma decisão histórica do Conselho Deliberativo do Inter, que determinou a inelegibilidade de Piffero e outros três ex-diretores por 10 anos. Os indivíduos foram considerados culpados por gestão irregular e temerária. Este acontecimento traz um grave marco para a história do clube, colocando a gestão de seus dirigentes e a transparência de suas finanças em discussão.