Como funciona o esquema de manipulação na Série A envolvendo jogadores e apostadores?

A segunda fase da operação Penalidade Máxima foi deflagrada nesta terça-feira (18) pelo Ministério Público de Goiás e com o apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). Segundo os investigadores, 6 partidas do Brasileirão Série A 2022 e 5 jogos de estaduais apresentaram suspeitas, e 9 jogadores estão sendo investigados.

A operação “Penalidade Máxima” teve início em 2022, após o jogador Romário, volante do Vila Nova – Go, aceitar a oferta de R$ 150 mil para cometer um pênalti contra o Sport pelo Brasileirão Série B 2022. Como parte do acordo, ele recebeu R$ 10 mil como sinal e receberia os R$ 140 mil depois da partida.

No entanto, como não foi relacionado para o jogo, Romário tentou, sem sucesso, corromper os colegas. E após sua tentativa, o boato chegou ao presidente do clube, Hugo Jorge Bravo, um policial militar, que realizou as primeiras investigações e entregou as provas ao MP-GO.

A partir desse momento, as investigações foram se estendendo por mais jogos do futebol brasileiro, que acabaram por entrar no radar da operação como prováveis alvos de manipulação de resultados.

Como funciona o esquema de manipulação?

Os aliciadores ofertavam uma quantia entre R$ 50 mil e R$ 100 mil para corromper os jogadores, e assim os atletas cometeriam lances específicos para determinar o resultado desejado. Isso inclui faltas, cartões amarelos ou vermelhos, escanteios ou até mesmo os jogadores assediados atuarem contra a vitória do próprio time.

Na operação, três suspeitos foram presos em São Paulo, e um deles é o apostador Bruno Lopes de Moura, que foi detido ainda na primeira fase da Penalidade Máxima. Quanto aos jogadores de futebol investigados, nenhum foi preso até o momento.

Ainda de acordo com os promotores do MP-GO, o esquema envolveria apenas apostadores e atletas. Árbitros, dirigentes e clubes não tiveram suas participações citadas nos esquemas de manipulação de resultados.

Os jogos que apresentaram suspeitas de manipulação:

Santos 1 x 1 Avaí; Red Bull Bragantino 1 x 4 América-MG; Goiás 1 x 0 Juventude; Cuiabá 1 x 1 Palmeiras e Botafogo 3 x 0 Santos.

Segundo o “GE”, o portal identificou quatro dos nove jogadores que foram alvos de busca e apreensão nesta terça-feira: os zagueiros Victor Ramos, da Chapecoense, e Kevin Lomónaco, do Bragantino, o lateral-esquerdo Igor Cariús, do Sport, e o meia Gabriel Tota, ex-Juventude e hoje defende o Ypiranga-RS.