Alemães não querem que o país dispute a Copa do Mundo do Catar

A Copa do Mundo sempre é uma oportunidade para trazer à tona debates sobre questões relacionadas a direitos humanos e desigualdades sociais. Antes da Copa do Catar, que será realizada no fim deste ano, muito já se debateu sobre a precarização dos trabalhadores envolvidos nas construções dos estádios e a (não) receptividade do país a pessoas LGBTQIA+.

Esses temas são polêmicos, e a forma como as pessoas os interpretam também. De acordo com uma pesquisa feita pela instituição “YouGov”, 48% da população alemã é contrária à ida da Alemanha para a Copa do Mundo. O principal motivo é em relação aos problemas de direitos humanos enfrentados no Catar.

Ainda de acordo com a pesquisa, 28% dos alemães afirmam que a seleção não deveria se ausentas da disputa da Copa do Mundo, enquanto 24% preferiram não opinar acerca do tema.

Problemas

De acordo com a Anistia Internacional, mais de 6 mil pessoas – a maioria imigrantes – morreram durante as construções dos estádios e outras obras de infraestrutura para a Copa. Além de causas naturais, como insuficiência cardíaca ou respiratória, houve mortes por quedas de lugares altos, entre outros.

A questão LGBTQIA+ é sensível para os alemães nesse aspecto. O Catar tem punições contra relações homossexuais. O major-general Abdulaziz Abdullah Al Ansari, comandante das forças de segurança do Catar, afirmou que a segurança de pessoas LGBTQIA+ não é garantida e que a bandeira arco-íris está proibida: “Se um torcedor levantou a bandeira do arco-íris e eu a peguei dele, não é porque eu realmente quero insultá-lo, mas sim para protegê-lo. Porque se não for eu, alguém ao redor dele pode atacá-lo“, pontua. “Não posso garantir o comportamento de todo o povo. E eu direi a ele: ‘Por favor, não há necessidade de levantar essa bandeira neste momento”.