Torcida faz o PIX e evita que alvinegro do futebol brasileiro feche as portas

Tradicional clube de Santa Catarina e por anos esteve na elite do futebol brasileiro, o Figueirense passa por um momento conturbado de sua história e busca sua reconstrução após W.O, penhoras, bloqueios de contas e R$ 185 milhões em dívidas. O Alvinegro contou com a solidariedade de sua torcida para evitar falência.

O Figueirense completou 102 anos de história, mas não teve festa para a data comemorativa do Alvinegro Catarinense. Na última segunda-feira (12), o clube perdeu por 2 a 1, de virada, para o Pouso Alegre, pelo Campeonato Brasileiro da Série C, e caiu na tabela do certame. Além disso, o estádio do Figueira esteve vazio justamente no dia de seu aniversário, e o técnico Roberto Fonseca foi demitido por conta dos maus resultados.

Contudo, as poucas 2.600 pessoas que estiveram presentes no Estádio Orlando Scarpelli se esforçaram para cantar os parabéns ao clube. Mas há pouco tempo, que o risco da equipe era de nem chegar com vida aos 102 anos de fundação.

Sobrevivência com ajuda da torcida

O Alvinegro está com um processo de recuperação extrajudicial parado desde o final do ano passado, após decisão do Tribunal de Justiça de Santa Catarina. E para honrar seus compromissos, a torcida reagiu com uma campanha para doações via Pix, a qual já beira os R$ 300 mil em arrecadação. E essa iniciativa vem ajudando a manter o time em atividade.

“Quando a torcida abraçou o clube, você precisava ver o clima antes e depois do projeto. Mudou o clima, e os funcionários chegaram à conclusão de que não estavam sozinhos. (…) Se não ajudar agora, daqui a pouco pode não ter mais o Figueirense”, afirmou Arthur Geske, que idealizou a campanha “Juntos pelo Figueira”.

A campanha teve início no mês de março, e ajuda a pagar a folha salarial do clube. Essa semana a quantia havia alcançado a casa dos R$ 290 mil.

“Tenho certeza de que daqui a pouco outras torcidas estão fazendo também. (…) Falei em um grupo de torcedores assim: ‘Vocês estão preocupados com gozação agora, ou vão botar a mão na massa e ajudar?’. Chegou o momento de virar a chave”, concluiu Arthur.

A empresa Elephant, que assumiu o comando do clube em agosto de 2017 com promessa de modernidade e um contrato de 20 ano, seria quem deixou o clube na atual situação. Abandonou o Alvinegro dois anos depois do acordo, deixando para trás dívidas, processos trabalhistas e um W.O no jogo da Série B contra o Cuiabá, em 2019, durante uma greve dos jogadores por causa dos atrasos salariais.