Tentativa de manipulação na Copinha tem reviravolta surpreendente

A Polícia Civil de São Paulo descobriu um novo caso de manipulação no futebol brasileiro, que ocorreu durante a Copa São Paulo de Futebol Júnior. Jiuliano José da Silva Bezerra foi identificado e indiciado na terça-feira (9) por tentar aliciar um goleiro do Nacional-SP, oferecendo-lhe R$ 10 mil para que ele sofresse dois gols na partida contra o Avaí-SC. A investigação aponta que Jiuliano não estava agindo sozinho.

O delegado César Saad, da Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade), compartilhou com exclusividade que o aliciador tinha um cúmplice que também estava tentando manipular o jogador. Ele ainda não foi identificado, mas está sendo procurado pela Polícia Civil.

“No mesmo dia que identificamos um segundo indivíduo que estava com ele nesta tentativa de manipulação do resultado da partida. Ele estava com mais uma pessoa que agia com ele, para oferecer o dinheiro para o atleta. Essa pessoa também será identificada em breve e enviada para a delegacia, onde será processada da mesma forma que Jiuliano”, explicou o delegado Saad.

Como a manipulação foi descoberta

O goleiro, que recebeu as propostas de corrupção através de mensagens e áudios, decidiu denunciar a situação à Federação Paulista de Futebol (FPF). A entidade, por sua vez, reportou o episódio para a polícia. Apesar de inicialmente negar as acusações, Jiuliano acabou admitindo o crime diante das provas coletadas. Na partida em questão, o Avaí venceu por 1 a 0, garantindo sua classificação e liderança na chave. Por outro lado, o Nacional somou apenas um ponto e foi eliminado do torneio.

A polícia também está investigando se há outros casos de manipulação de jogadores enviados por Jiuliano na Copa São Paulo. No momento, o suspeito não tem outras ocorrências de aliciamento de atletas registradas. De qualquer maneira, o suspeito foi indiciado por manipulação de resultado, crime previsto na Lei Geral do Esporte que pode resultar em uma pena de dois a seis anos de prisão.