Provável presidente da Argentina virou a casaca no futebol e causou polêmica

Nas eleições presidenciais da Argentina ocorridas no último domingo (13), o candidato de extrema-direita Javier Milei, representante do partido Liberdade Avança, surpreendeu ao liderar a primeira fase, obtendo mais de 30% dos votos nas prévias.

Apesar de sua formação como economista, Milei ganhou notoriedade nacional devido às suas declarações impactantes e opiniões controversas proferidas em programas de televisão. O político já expressou apoio à legalização da venda de órgãos, rotulou o conceito de justiça social como uma “anomalia” e propôs a possibilidade de sua irmã assumir o papel de primeira-dama, caso eleito.

Para além do âmbito político, Milei também desperta atenção por suas perspectivas em relação ao futebol. Tendo sido torcedor do Boca Juniors durante sua infância, o político manifestou sentir desilusão com o clube a partir de 2013, quando Juan Román Riquelme optou por não se aposentar e retornou ao clube para uma quarta passagem como jogador dos xeneizes.

A gota d’água

A decisão definitiva de se afastar do Boca Juniors ocorreu somente em 2018, durante a aguardada final da Copa Libertadores diante do arquirrival River Plate, a qual foi realizada em Madri. A razão por trás dessa mudança de torcida é notavelmente peculiar: o político reagiu com indignação à entrada do volante Fernando Gago nos momentos finais da partida.

Ocorreu que, aos 38 minutos do segundo tempo, com o placar empatado em 1 a 1, o Boca estava com um jogador a menos devido a uma expulsão. Contudo, aos 12 minutos do primeiro tempo da prorrogação, o próprio volante Gago sofreu uma ruptura do tendão de Aquiles na perna direita e foi obrigado a deixar o campo, reduzindo o time azul e amarelo para nove jogadores.

Essa reviravolta permitiu ao River alcançar uma vitória por 3 a 1, conquistando assim o título. Esse evento singular marcou o ponto final na afinidade do político com o clube. “Eu estava torcendo pelo Boca. Na verdade, eu estava assistindo ao jogo. Mas quando entrou o Gago, que foi mais um ato de populismo, passei a torcer pelo River”