Polícia atende pedido do Palmeiras e abre inquérito contra empresa por conta de calote

A polícia atende pedido do Palmeiras e abre inquérito contra a WTorre, por conta de dívida que a companhia tem com o clube. O Verdão cobra da companhia um débito avaliado em R$ 127 milhões por não ter sido repassado desde 2015 as porcentagens, como haviam em contrato, de um acordo entre as partes referente ao estádio do clube.

O Alviverde pede na ação para a Justiça investigar a Real Arenas, braço da WTorre, responsável pelo Allianz Parque.

O inquérito foi enviado na última terça-feira (30) ao delegado titular do 23º Distrito Policial de São Paulo. E de acordo com o portal Globo Esporte, o clube pede “para que se apurem possíveis crimes de apropriação indébita e associação criminosa, além do bloqueio de bens, valores e contas da Real Arenas e seus gestores, e a quebra do sigilo bancário da empresa desde novembro de 2014.”

Ainda de acordo com a informação, desde a inauguração do Allianz Parque, os repasses acordados foram feitos em apenas sete meses: novembro e dezembro de 2014, e de janeiro a junho de 2015 – com a exceção do mês de maio do mesmo ano. E partir daí a WTorre não realizou mais os pagamentos.

Com isso, desde 2017 o Palmeiras tem entrado na Justiça para tentar reverter a situação e receber sua parte nos repasses com uma ação extrajudicial. Mas não tendo sucesso, o Verdão resolveu levar o caso à polícia.

Vale lembrar que as receitas que o Palmeiras tem direito no acordo com a empresa são referentes à porcentagem na locação da arena para eventos e na exploração de áreas como lojas, lanchonetes e estacionamento.

O que diz a Real Arenas?

Em nota, a Real Arenas disse que não tem conhecimento formal sobre a abertura do inquérito. Além disso, chamou o Boletim de Ocorrência do Palmeiras de “ataque unilateral” da presidente Leila Pereira.

“A Real Arenas não tem conhecimento formal sobre a informação veiculada na imprensa a respeito de abertura de Boletim de Ocorrência e repudia esse novo ataque unilateral da presidente Leila Pereira. A dirigente tem desrespeitado de forma reiterada as decisões do Tribunal de Arbitragem, que tramita sob sigilo, e tenta atingir de forma injustificável a reputação da empresa parceira da SEP”

“Esse novo e despropositado ataque não condiz com a gestão séria da Real Arenas, que investiu na construção do Allianz Parque, reconhecida como melhor arena da América Latina. Vemos com perplexidade a mudança repentina de atitude, uma vez que tivemos nos últimos anos negociações pacíficas relacionadas aos créditos e débitos de parte a parte”

“Também nos causa profunda estranheza que este novo factoide aconteça com a ordem de alguém que é cliente Real Arenas na locação de camarotes e dos serviços para operação deles de forma ininterrupta desde 2017, como gestora da Crefisa. Lamentamos este novo capítulo de falta de respeito às autoridades arbitrais nas tratativas e manteremos nossa postura de tratar os trâmites legais nos fóruns adequados” diz a empresa.