O Bahia poderá enfrentar times do grupo City?

O Bahia está muito próximo de ter 90% de sua SAF vendida para o Grupo City, que tem o Manchester City, da Inglaterra, como principal clube. Vale lembrar que o conglomerado já tem negócios na América do Sul, como o Montevideo Torque City e a parceria com o Bolivar.

Desta forma, por serem do mesmo dono, eles poderiam se enfrentar em uma Sul-Americana ou Libertadores? Com a chegada da lei da SAF, o multi-club ownership (que em um português simples significa “dono de vários clubes”) ganhou força e várias empresas passaram a investir em mais de um time de futebol.

De acordo com João Paulo di Carlo, advogado especialista em direito esportivo, é necessário que essa prática de adquirir vários times seja regulamentada.

A necessidade de regular os MCO talvez seja uma das principais demandas do futebol mundial atualmente. Diante do crescimento exponencial dessa estratégia de negócio mundo afora, é fundamental agir com presteza e ter um debate profundo acerca da sua utilização. Especificamente sobre as competições realizadas pela Conmebol, há uma previsão sobre independência das entidades de prática desportiva e conflito de interesses, tanto no Código de Ética, quanto no documento de Padrão de Qualidade para o sistema de concessão de licenças“, escreveu em sua coluna no “UOL Esporte”

Por outro lado, o também advogado Luiz Marcondes, salienta que a Conmebol não permite o MCO.

“[…] sabendo que as normas proibitivas devem ser interpretadas restritivamente, os grupos econômicos tendem a constituir estruturas societárias para os clubes que não violam frontalmente as proibições das normas atuais. Conflito de interesses econômicos e desportivos é um tema sensível e certamente será umas das principais preocupações da FIFA e demais instituições federativas nos próximos anos“, afirma.

Em conclusão, a resposta para a pergunta é “não”. Vale lembrar que na UEFA, a participação do Red Bull Salzburg e do Red Bull Leipzig na Champions League foi alvo dessa polêmica. Contudo, o time austriaco atestou que a empresa de energéticos é apenas uma patrocinadora e não exerce controle no departamento de futebol do clube. O Salzburg também mudou o seu escudo e seu uniforme para não remeter a Red Bull.

Por fim, a FIFA deve se reunir com as entidades no futuro para evitar dores de cabeça em novas ocasiões.