Liga das Nações: como surgiu a nova competição de seleções da Europa?

Em pleno ano de Copa do Mundo, uma outra competição de seleções vem chamando a atenção do público. Menos de um após a final da Eurocopa de 2020, disputada entre junho e julho de 2021 por conta da pandemia do novo coronavírus, as seleções europeias voltam a se reunir em um novo torneio: a Liga das Nações.

A Liga das Nações é a competição de seleções mais recente do futebol. A sua primeira edição ocorreu em 2018, sendo que esta é apenas a terceira vez que o evento está sendo realizado. No entanto, já é suficiente para consolidar verdadeiros jogaços – como foram as finais de 2018-2019 e 2020-2021.

Ainda assim, mesmo quem está acompanhando os jogos da Liga das Nações não entende ao certo como ela funciona. Isso porque a competição mescla um esquema de Copa do Mundo, com fase de grupos, e divisões de qualidade, no melhor estilo das ligas nacionais, que acaba beneficiando, de certa forma, todas as equipes europeias.

Confira um pouco mais sobre a Liga das Nações:

A criação da Liga das Nações

A criação da Liga das Nações começou a ser trabalhada ainda em 2013, pelo então presidente da Associação Norueguesa de Futebol, Yngve Hallén. A ideia era criar um terceiro torneio internacional de seleções associadas à UEFA (União das Federações Europeias de Futebol), para além da Eurocopa e Copa do Mundo.

Na ideia apresentada, todas as 55 seleções filiadas à UEFA participariam da Liga das Nações. A competição seria realizada em um esquema de grupos e divisões baseados nos resultados recentes dos países no futebol, com a possibilidade de classificação para uma divisão superior ou rebaixamento para uma inferior.

Foi proposto então que o torneio fosse realizado nas datas do calendário de jogos amistosos internacionais que antecedem e sucedem a Copa do Mundo, não afetando o Mundial. Dessa forma, as seleções teriam mais do que alguns amistosos para poder se preparar para a Copa, e até mesmo os países menos famosos poderiam ter um período mais robusto de partidas.

Além disso, os países mais “fracos” da Europa também se beneficiariam financeiramente da competição, graças ao contrato de TV centralizado pela UEFA. A ideia foi um sucesso entre os membros da Federação, sendo aprovada com unanimidade, com a primeira edição marcada para acontecer em 2018.

Como funciona a Liga das Nações?

A Liga das Nações funciona com base na participação das 55 seleções da UEFA, as quais estão divididas em quatro divisões chamadas de “Ligas”. Inicialmente, o que definiu os participantes de cada divisão foi o ranking de resultados dos países. No atual formato da competição, as divisões ocorrem da seguinte forma: 16 times nas Ligas A, B e C e sete times na Liga D.

As Ligas A, B e C contam com quatro grupos de quatro times cada, enquanto a Liga D possui dois grupos (um com quatro times e o outro com três). As seleções de cada grupo se enfrentam em jogos em casa e fora.

Na Liga A, a principal da competição, os primeiros colocados de cada grupo se enfrentam entre si em uma fase eliminatória de mata-mata. Ao todo, há duas semifinais, uma partida de terceiro lugar e uma final para decretar a seleção campeã da Liga das Nações.

Além disso, nas Ligas B, C e D, o primeiro colocado de cada grupo se classifica para a divisão superior. Já nas Ligas A, B e C, o último colocado de cada grupo é rebaixado para a divisão inferior.

A Liga das Nações de 2018-19

A primeira edição da Liga das Nações foi realizada entre os anos de 2018 e 2019, no período que antecedeu e sucedeu a Copa do Mundo da Rússia. Na época, o formato da competição ainda era um pouco diferente: as Ligas não tinham 16 e sete participantes, mas sim 12 (A), 12 (B), 15 (C) e 16 (D).

Na principal divisão, a Liga A, os classificados para as semifinais foram Portugal, Suíça, Holanda e Inglaterra. No confronto entre portugueses e suíços, os portugueses levaram a melhor com uma vitória por 3 a 1, com três gols do craque Cristiano Ronaldo.

Já na partida entre Holanda e Inglaterra o resultado foi o mesmo, mas a favor dos holandeses. 3 a 1 com gols de De Ligt, Walker (Contra) e Promes para os Países Baixos e Marcus Rashford para os ingleses.

A Inglaterra garantiu o terceiro lugar e Portugal venceu a primeira edição da Liga das Nações, com 1 a 0 sobre a Holanda. O gol foi marcado por Gonçalo Guedes.

Naquela edição, Ucrânia, Suécia, Bósnia e Herzegovina e Dinamarca subiram para a Liga A. A primeira divisão não teve rebaixados e, na edição de 2020, o formato mudou para 16 participantes em cada Liga (com exceção da D).

A Liga das Nações de 2020-21

Depois do sucesso da primeira edição, a UEFA deu prosseguimento na Liga das Nações. Em 2020, foram realizados os jogos da fase de grupos da competição, que terminou com a classificação de Itália, Bélgica, França e Espanha na Liga A, assim como o rebaixamento de Bósnia, Islândia, Suécia e Ucrânia.

Já na segunda divisão da competição, Áustria, República Tcheca, Hungria e País de Gales foram os primeiros colocados de seus grupos e subiram para a Liga A. Na atual edição da competição, até o momento, somente a seleção de Gareth Bale não marcou nenhum ponto.

Nas semifinais, disputadas em outubro de 2021, a Espanha bateu a Itália por 2 a 1 e a França levou a melhor sobre a Bélgica pelo placar de 3 a 2. O terceiro lugar ficou para os italianos, que venceram os belgas por 2 a 1.

Na final, a França, naquela época atual campeã do mundo, venceu a Espanha pelo placar de 2 a 1. O jogo, no entanto, foi marcado por uma grande polêmica. Oyarzabal marcou para os espanhóis aos 64 minutos e Benzema empatou para os franceses aos 66. Já aos 80, Mbappé decretou a vitória para a França em um gol impedido que não foi marcado pelo juiz.