Importante saída acabou sendo sentida e Guardiola perdeu a paz no Manchester City

Com um estilo de jogo que antes era condenado à tediosa previsibilidade, o Manchester City agora balança dúvidas com sua nova forma, tão volátil quanto dinâmica. Os talentos individuais da equipe, liderada por Pep Guardiola, ainda se destacam em campo, contudo a estrutura tática parece ter sido comprometida, gerando incerteza ao redor de seu desempenho.

Nesta temporada, o City parece uma equipe renovada, sendo formada por atacantes ágeis como Jeremy Doku e corredores incansáveis do meio-campo como Julian Alvarez. Entretanto, essa movimentação de peças no tabuleiro tem deixado a defesa vulnerável em algumas situações, contrariando o estilo de jogo controlado que tanto caracteriza o time de Guardiola.

A perda mais sentida pelo Manchester City nesta temporada foi a de Ilkay Gundogan, que partiu rumo ao Barcelona. Ele foi o capitão, autor de gols históricos, mas principalmente, o único jogador que entendia a fundo a arte de “pausa”, elemento crucial no estilo de controle do jogo de Guardiola. Seu conhecimento tático ajudava a ditar o ritmo das partidas, sabendo o momento exato para acelerar ou desacelerar a bola.

Como o City tem se adaptado sem Gundogan?

Sem Gundogan, que raramente perdia a posse da bola, o City teve que se reinventar. No jogo contra o Aston Villa, o time se viu obrigado a remanejar Bernardo Silva, o único apto a exercer o papel de Gundogan, para a ala direita devido a outras baixas. Como resultado, faltou controle no meio-campo, fazendo com que o atacante Erling Haaland retrocedesse para construir jogadas, deixando de ser a referência no ataque.

Esta adaptação ainda se vê em andamento, uma vez que o City encontra-se em uma fase de transição. O estilo de jogo mais direto de jogadores como Alvarez e Doku contrasta com a gestão de tempo que Gundogan e Riyad Mahrez, que também deixou a equipe, imprimiam ao jogo. Isso tem levado a um declínio na posse de bola do time, o que dificulta a criação de oportunidades de gol.

Apesar das dificuldades, Guardiola mantém a cabeça erguida. “É meu dever, meu trabalho encontrar uma maneira de remediar a situação”, disse ele. A responsabilidade de manter o padrão de qualidade do City recai sobre seus ombros e o técnico sabe que precisa encontrar um meio de harmonizar os novos talentos e as características da equipe.