Esquema de apostas já deixou artilheiro de Copa do Mundo suspenso por dois anos

O atacante Paolo Rossi, artilheiro da Copa do Mundo de 1982 com a camisa da Itália, ficou dois anos suspenso após participar de um esquema de apostas no final da década de 70, antes mesmo de brilhar na competição.

Tudo começou na “Totocalcio”, uma loteria italiana do governo federal e que premiava aqueles que acertavam os vencedores de todas as partidas previstas. Por ser um órgão oficial, quem queria apostar em apenas um ou dois jogos tinha que ir para outros meios, que eram considerados ilegais.

E foi em um desses locais clandestinos que o esquema, que ganhou o nome de “Totonero”, veio a tona. Os organizadores desses jogos notaram que muitos apostadores estavam acertando muitos jogos, logo ganhando muito dinheiro. Não demorou muito para se presumir que os jogadores estariam manipulando os resultados.

Em 1980, o caso chegou a Procuradoria Italiana, que fez uma denúncia. Ao total, 13 jogadores que atuavam na primeira divisão nacional foram presos por 23 dias. Em uma segunda lista de atletas ligados ao esquema, apareceu o nome de Paolo Rossi, mas ele não chegou a ser preso, mesmo tendo sido condenado a um ano de cadeia.

Em contrapartida, no futebol a punição foi pior para o atacante, que foi suspenso por três anos dos gramados. A pena acabou reduzida posteriormente e, por isso, Rossi pôde disputar a Copa do Mundo. Judicialmente não houve pena por não ter legislação sobre apostas na Itália na década de 80.

Nos clubes, o esquema culminou no rebaixamento de Milan e Lazio, duas das mais tradicionais equipes italianas, a segunda divisão nacional.

Por fim, depois de ser o artilheiro da Copa de 82, Rossi jogou por mais cinco temporadas e se aposentou com a camisa do Hellas Verona. Ele faleceu aos 64 anos, em 2020, por complicações causadas por um câncer no pulmão.