Craques brasileiros que vestiram a 10 em grandes clubes da Europa

No futebol, o camisa número 10 geralmente é tido como a grande referência em campo. O jogador que está ali não apenas para comandar o time como, também, para decidir jogadas – seja com gols, passes, posicionamento, ou o que for. Mas afinal, você conhece alguns dos craques brasileiros que vestiram a 10 em grandes clubes da Europa?

Se ser a 10 no futebol brasileiro já não é uma das tarefas mais fáceis do mundo, imagine na Europa. Ainda assim, muitos jogadores brasileiros ao longo dos últimos anos não apenas vestiram a camisa de grandes clubes como cravaram o número de referência em suas costas, confirmando o quão bons jogadores são.

No entanto, essa tendência é relativamente recente quando você pára para analisar. A transferência de bons jogadores brasileiros para grandes clubes da Europa é algo que se consolidou há cerca de três décadas mais ou menos. Desde então, tivemos muitos craques da amarelinha decidindo também no exterior.

Década de 80: ali começa a trajetória dos craques brasileiros que vestiram a 10 na Europa

Nos dias de hoje, é comum vermos jogadores que se destacam rapidamente em times brasileiros, argentinos, de ligas sul-americanas ou de times menos tradicionais do exterior sendo rapidamente vendidos para gigantes europeus. No entanto, há algumas décadas atrás, isso era extremamente improvável.

A facilidade de técnicos e olheiros nos dias de hoje se dá justamente pelo alcance dos lances e informações, o que facilita essas contratações internacionais. Na década de 1980, no entanto, somente os jogadores que realmente provaram ser verdadeiros craques, e que também se destacavam pela Seleção Brasileira, costumavam ir para a Europa.

Foi naquela década em específico que começamos a ter os primeiros craques brasileiros que vestiram a 10 em grandes clubes da Europa. E um dos primeiros a dar esse passo não podia ser outro: o eterno Galinho de Ouro.

Zico – Udinese

Multicampeão pelo Flamengo e maior ídolo da torcida rubro-negra, Zico chamou a atenção do mundo ainda na década de 1970. O meio-campista habilidoso era um 10 nato, e provou isso não apenas com a camisa do clube carioca como, também, com a da seleção brasileira – protagonizando atuações memoráveis.

Foi então que em 1983, depois de ter conquistado três Brasileirões com o Flamengo, uma Libertadores e um Mundial, Zico acabou recebendo uma proposta da Udinese, da Itália. Apesar de nunca ter sido um grande clube italiano, a Udinese era uma das equipes que estava sempre na Série A e, na época, a Liga da Itália era considerada a mais forte do mundo.

O Galinho de Ouro então foi se aventurar na Itália e recebeu a 10 da Udinese, algo que até então era bastante incomum para um jogador brasileiro na Europa. Na temporada 83/84, ele meteu 24 gols em 33 jogos. Na temporada seguinte, foi mais modesto: 6 gols em 21 partidas.

Ainda assim, Zico se consolidou como um dos craques brasileiros que vestiram a 10 na Europa. Apesar de curta, sua passagem pela Udinese foi marcante. Em 1985, ele voltou para o Flamengo – onde seguiu até ir para o Japão.

Raí – PSG

Se hoje o Paris Saint-Germain (PSG) é considerado um dos principais clubes europeus, muito disso se deve a Raí. Um dos maiores ídolos da história do São Paulo foi responsável, também, por colocar a equipe francesa no radar do futebol internacional – levando-a a outro patamar, de fato.

Em 1993, Raí já estava há sete temporadas com o São Paulo e se destacava como um dos principais jogadores do Brasil. Meia ofensivo extremamente habilidoso, ele ganhou duas Libertadores e um Mundial com o tricolor paulista quando, já na temporada 93/94, foi comprado pelo PSG.

E foi em Paris que Raí se tornou um dos craques brasileiros que vestiram a 10 em grandes clubes da Europa. Com os franceses, o meia ganhou duas taças da Liga Francesa, duas Copas da França, um Campeonato Francês e um Troféu dos Campeões.

Antes de chegar ao clube, o PSG não era considerado nem um dos grandes times da Europa. As cinco temporadas e meia que ele ficou com o Paris, no entanto, foram suficientes para que ele fosse escolhido o melhor jogador da história do clube.

Rivaldo – Barcelona

Um dos principais nomes do futebol brasileiro da década de 1990 e 2000, Rivaldo era um meia-atacante como poucos já vistos no país. O jogador, que foi revelado pelo Santa Cruz, atingiu o auge da sua carreira no Brasil no Palmeiras – onde despertou o interesse de clubes europeus.

Na temporada 96/97, ele foi vendido para o Deportivo La Coruña, da Espanha, fazendo 22 gols em 46 jogos. Em pouco tempo, o clube acabou ficando pequeno para Rivaldo, que na temporada 97/98 foi contratado pelo Barcelona – se tornando um dos craques brasileiros que vestiram a 10 em grandes clubes da Europa.

Rivaldo viveu a melhor fase da sua carreira no Barcelona, onde foi eleito inclusive o Melhor Jogador do Mundo. Com o clube catalão, o meia-atacante conquistou o bicampeonato da Liga Espanhola, uma Copa do Rei e também a Supercopa Europeia. Foram cinco temporadas com os Culés – as melhores da sua vida, em termos futebolísticos.

Ronaldinho Gaúcho – Barcelona

Outro jogador que sempre será muito lembrado pelo Brasil e pelo mundo pelo seu futebol arte, bonito e genial é Ronaldinho Gaúcho. Cria das bases do Grêmio, o jogador se destacou pela equipe gaúcha ainda nos últimos anos da década de 1990, chamando a atenção não apenas da Europa como, também, da Seleção Brasileira – com quem foi campeão da Copa do Mundo em 2002.

Na temporada 2001/2002, Ronaldinho acabou sendo comprado pelo Paris Saint-Germain, seguindo quase os mesmos passes de Raí alguns anos antes. O brasileiro herdou a 10 do meia são-paulino e jogou muita bola na França, mas ficou somente dois anos.

Foi na temporada 2003/2004 que ele, então, se tornou um dos craques brasileiros que vestiram a 10 em grandes clubes da Europa. Ronaldinho foi comprado pelo Barcelona e na Espanha viveu um período simplesmente magnífico, estando em um dos maiores auges da história do futebol segundo a opinião de muitas pessoas.

Com o Barcelona ele ganhou a Liga Espanhola e a Supercopa da Espanha nas temporadas 04/05 e 05/06, assim como a Liga dos Campeões de 2005/06. Ronaldinho é considerado um dos principais responsáveis pela reestruturação do Barça na Europa, colocando o time novamente em destaque internacional, e abrindo caminho para a geração vitoriosa de Messi, Xavi, Iniesta e companhia.

Alex – Fenerbahçe

Quando o assunto são craques brasileiros que vestiram a 10 em grandes clubes da Europa, um nome que nem sempre é lembrado (injustamente) é Alex. Um dos meias mais habilidosos do Brasil da década de 90 e 2000, o jogador surgiu para o futebol no Coritiba e ainda teve passagens por Palmeiras, Flamengo e Cruzeiro antes de chegar à Turquia.

Depois de temporadas com números absurdos no Brasil, na temporada 2004/2005 Alex é contratado pelo Fenerbahçe, se tornando o maior jogador da história do clube. Por mais que não seja um dos maiores times europeus, o Fenerbahçe é não somente o mais tradicional de toda a Turquia como, também, responsável por uma das torcidas mais apaixonadas.

No Fenerbahçe, Alex ganha tudo que estava ao seu alcance. Se tornou campeão do Campeonato Turco três vezes (2004/05, 2006/07 e 2010/11), vencedor da Supertaça Turquia (2007 e 2009) e da Taça da Turquia (2011/12 e 2012/13).

A trajetória marcante na Turquia fez com que ele, inclusive, ganhasse uma estátua de reverência em frente ao estádio do Fenerbahçe. Por isso, e pelos muitos gols e assistências, Alex merece ser lembrado como um dos craques brasileiros que vestiram a 10 em grandes clubes da Europa.

Neymar – PSG

Maior jogador da história recente do futebol brasileiro, Neymar Júnior não tinha nem 18 anos quando começou a despontar como uma das principais promessas do futebol mundial. Revelado pelo Santos, ele foi o cara de algumas das temporadas mais marcantes do Peixe, com a conquista da Libertadores de 2011 e Copa do Brasil de 2010.

Em 2013, no entanto, depois de ter enfrentado o Barcelona na final do Mundial de Clubes, Neymar foi contratado pelo clube francês. Apesar de ter sido lá onde ele viveu a melhor fase da sua carreira, sendo campeão da Liga dos Campeões, não foi onde se tornou o camisa número 10 de fato.

Foto: David Ramos/Getty Images

Em 2017, Neymar foi comprado pelo PSG e, então, se tornou um dos craques brasileiros que vestiram a 10 em grandes clubes da Europa. Contratado para ser o líder daquele time na busca inédita pela Champions League, o brasileiro logo se destacou.

A nível nacional, ganhou tudo o que poderia ganhar com a camisa do PSG. Levou o clube, inclusive, a final da Champions League de 2020, perdendo o título para um imparável Bayern de Munique. Apesar dos altos e baixos com a torcida, Neymar ainda sim provou ser craque em todos os clubes por onde passou – mas com a 10, somente em Paris.