Como fica o processo disciplinar da FIFA após renúncia de Rubiales?

Luis Rubiales, o ex-presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), está aproveitando um período particularmente tenso na sua carreira profissional, não obstante a sua demissão recente da RFEF. Na sequência de um escândalo que abalou o mundo do futebol, a FIFA decidiu continuar com a sua investigação disciplinar contra Rubiales, segundo uma fonte interna contactada pela EFE, agência noticiosa espanhola.

Esta decisão tem incitado a incredulidade e a curiosidade, já que seria de se esperar que a renúncia de Rubiales do seu cargo traria também a desocupação do foco das atenções na FIFA. No entanto, como a fonte reiterou, o Código de Ética da FIFA é claro: a investigação deve prosseguir “independentemente de a pessoa continuar sujeita a esse código”, por deixar de desempenhar a função.

Por que a investigação continua, apesar da renúncia de Rubiales?

Esta questão pode ser respondida com uma análise mais aprofundada das circunstâncias que levaram Rubiales a renunciar. No dia 20 de Agosto, após a inédita vitória espanhola na final do Mundial feminino, Rubiales ficou no centro de uma controvérsia ao beijar na boca a jogadora Jenni Hermoso.

Ele afirmou que o ato foi consensuado, mas a jogadora defende o contrário. Para complicar ainda mais a situação, foi ainda noticiado que Rubiales tocou os seus próprios genitais para celebrar a vitória, levando a queixas formais do Governo de Espanha ao Tribunal Administrativo do Desporto.

Cinco dias após a celebração polémica, a FIFA avançou com a abertura de um processo disciplinar contra Rubiales, referindo uma possível violação do Código de Ética. Consequentemente, Rubiales foi suspenso por 90 dias, o que provavelmente resultou em sua decisão de renunciar ao cargo de presidente da RFEF e também às funções que desempenhava na UEFA.

O que acontece a seguir?

A investigação disciplinar da FIFA continua independentemente das recentes mudanças na gestão da RFEF. A demissão de Rubiales do cargo só ampliou as atenções sobre o caso. O presidente da RFEF em funções, Pedro Rocha, teve de proceder a mudanças rápidas, incluindo a demissão de Jorge Vilda do cargo de selecionador feminino, sendo substituído por Montse Tomé.

A situação de Rubiales levanta questões importantes sobre os padrões de conduta exigidos no futebol. Esta situação provavelmente fará com que os profissionais do desporto reavaliem a sua conduta e as possíveis consequências decorrentes das suas ações. Isso só reforça a necessidade de se manter uma postura profissional, mesmo nas celebrações de vitórias, em um desporto que é amplamente acompanhado e admirado.