CBF quer abrir a carteira e fazer investimento pesado para proteger seu maior patrimônio

O futebol brasileiro está sob ameaça por conta de apostadores que armam esquemas com prováveis jogadores aliciados para manipular resultados em jogos do principal esporte do país. Diante desse cenário, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tem estruturado uma série de iniciativas, como a que envolve o Centro Internacional de Segurança do Esporte, a Aliança Global pela Integridade do Esporte e uma força tarefa de investigação privada para auxiliar as autoridades públicas no combate aos grupos de criminosos.

Com a missão de proteger o maior patrimônio da CBF, que é o futebol, o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, disse que esse será “o maior investimento do mundo que uma organização esportiva já fez para proteger a integridade do esporte”.

De acordo com Rafael Marcondes, colunista do Lei em Campo, do portal UOL, Diretor jurídico do Instituto Brasileiro pelo Jogo Responsável (IBJR) e Diretor de Relações Governamentais da Associação Brasileira de Defesa da Integridade do Esporte (ABRADIE), as medidas são fundamentais no combate às manipulações de resultados em jogos do futebol brasileiro.

No entanto, Marcondes lembra que só a capacitação de mecanismos não é suficiente, sendo necessária a capacitação do material humano também para que as medidas sejam eficazes, além de outros preparos que devem ser feitos.

“As iniciativas que a CBF sugere ao Estado brasileiro são importantes, mas para que possam avançar e os compromissos eventualmente assumidos sejam cumpridos, primeiro é preciso que o Brasil se qualifique para isso, investindo na capacitação de pessoal e em sistemas modernos e eficientes de monitoramento. Sem que essas premissas sejam atendidas, qualquer compromisso que seja assumido, por mais valioso que seja, não será executável”.

Jogadores suspeitos por manipulações em jogos da Série A e B do Brasileirão:

Vale lembrar que a operação não divulga os nomes dos jogadores que estão sendo investigados, mas, segundo o “GE”, os zagueiros Victor Ramos, da Chapecoense, Kevin Lomónaco, do Bragantino, Paulo Miranda, ex-Juventude, e Eduardo Bauermann, do Santos, os laterais-esquerdos Igor Cariús, do Sport, e Moraes, ex-Juventude e hoje no Atlético-GO, e o meia Gabriel Tota, ex-Juventude e atualmente no Ypiranga-RS, foram alvos na fase anterior da operação.

Enquanto no estágio atual da Operação Penalidade Máxima II, foram adicionados novos nomes de suspeitos: os volantes Fernando Neto, ex-Operário-PR e hoje no São Bernardo, e Nikolas, do Novo Hamburgo-RS, e do atacante Jarro Pedroso, do Inter-SM.

Além dos nomes já citados, na última quinta-feira (11) veio à tona a informação de que o ex-atacante do Palmeiras, Romário Hugo dos Santos, o Romarinho, é um dos membros participantes dos escândalos de manipulações em jogos do futebol brasileiro. Segundo a Operação Penalidade Máxima II, o ex-jogador é acusado “dar vantagem patrimonial indevida com o fim de alterar o resultado” das partidas da Série A e B do Brasileirão.

Romarinho pertenceu a base do Palmeiras entre as temporadas 2009 e 2013, e depois acumulou passagens por Atibaia, Atlético Sorocaba, Ypiranga, Passo Fundo, Guaratinguetá e Ponte Preta. E o último registro de Romarinho como jogador é em 2019, pela equipe de Campinas.