Avaí está devendo mais de R$ 100 milhões. Pediu ajuda. Vai fechar as portas?
Com a chegada da Sociedade Anônime de Futebol (SA) ao Brasil, muitos clubes viram a luz no fim do túnel para deixar, finalmente, para trás, anos e anos de dívidas e dificuldades financeiras. Claro que o modelo ainda é muito recente no país e não é possível cravar que essa é a saída para se livrar da penúeria. De qualquer forma, nem todos os clubes atraem interessados numa SAF, como é o caso do tradicional Avaí – time de coração do tenista Gustavo Küerten, e que acumula uma dívida de mais de R$ 100 milhões e luta para não fechar as portas.
O Avaí Futebol Clube, enfrentando uma grave crise financeira, entrou com um pedido de recuperação judicial junto ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) na segunda-feira (17). A decisão foi tomada após uma análise detalhada da situação financeira do clube, que revelou dívidas acumuladas superiores a R$ 107 milhões.
Presidente do Avaí aborda a situação financeira do clube
Júlio Heerdt, presidente do Avaí, afirmou que a negociação das dívidas permitirá que os gestores organizem os pagamentos e trabalhem na recuperação da saúde financeira do clube sem sobressaltos. Ele destacou que, apesar de não terem assumido novas dívidas e estarem com os salários em dia, os juros fazem com que o endividamento continue crescendo. A medida adotada visa trazer segurança aos atletas, funcionários e fornecedores do clube.
Consultoria externa e credores na recuperação judicial
O levantamento das dívidas foi realizado por uma consultoria externa, com acompanhamento de conselheiros do clube, e indicou que a manutenção do atual cenário tornaria inviável a recuperação financeira do time. A situação é agravada pelo custo de juros e encargos das dívidas acumuladas e pelos frequentes pedidos de penhora de receitas do clube apresentados pelos credores.
Marcos Andrey de Sousa, advogado especializado no tema, explica que a recuperação judicial permite que credores e devedor negociem a melhor solução para as dívidas acumuladas. Após a aceitação do pedido pelo judiciário, será necessário ter um plano de pagamentos aprovado pelos credores, garantindo a segurança jurídica de recebimento das dívidas.
Diante do cenário, o presidente Júlio Heerdt ressalta a importância do apoio da torcida e dos sócios neste momento crítico para o clube. O objetivo é que o ano do centenário seja também o ano da reconstrução do Avaí, preparando-o para as próximas décadas.